8 de jan. de 2007

Resultado: Melhor Filme Brasileiro de 2006

Encerradas as votações para "O Melhor Filme Brasileiro de 2006"...
And the winner is:

O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS


Ficha Técnica:
(Brasil, 2006)
Drama - 110 min.
Direção: Cao Hamburger.
Roteiro de Cláudio Galperin, Bráulio Mantovani, Anna Muylaert e Cao Hamburger, baseado em história original de Cláudio Galperin e Cao Hamburger. Produzido por Caio Gullane, Cao Hamburger e Fabiano Gullane para a Gullane Filmes / Caos Produções Cinematográficas / Miravista / Globo Filmes. Elenco: Michel Joelsas (Mauro), Germano Haiut (Shlomo), Daniela Piepszyk (Hanna), Caio Blat (Ítalo), Paulo Autran (Mótel), Simone Spoladore (Bia), Eduardo Moreira (Daniel), Liliana Castro (Irene).
Sinopse: Belo Horizonte,1970.
Bia estava ansiosa esperando pela chegada de Daniel Stern, seu marido.
Mauro,de 12 anos, filho de Daniel e Bia, praticava seu hobby preferido, futebol de botão, e lembrava do que seu pai sempre dizia: "no futebol, todo mundo pode errar, menos o goleiro".
Finalmente o pai de Mauro chegou, atrasado como sempre. Apressados, os pais de Mauro e o garoto entraram no fusca azul e iniciaram a viagem rumo à São Paulo. No rádio, o noticiário discutia a grande polêmica: muitos brasileiros duvidavam que Pelé e Tostão pudessem jogar juntos, contrariando a escalação do técnico Zagalo às vésperas da Copa do México.
Naquele mesmo ano, auge da ditadura, foi criado pelo Regime Militar (instituído pelo golpe de abril de 1964) o DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informação- Centro de Operações de Defesa Interna) que integrava o Serviço Nacional de Informações com os centros de informações das três armas (CIEX, CINEMAR), a polícia federal e as polícias estaduais. O propósito era obter informações sobre opositores ao regime, mas servia também de instrumento para desmobilizar as oposições, atingindo além do indivíduo, que era submetido a interrogatórios, as demais pessoas de seu grupo, que logo ficava sabendo do acontecido.
Mas o que Mauro queria é ver o Brasil tricampeão mundial de futebol e terminar sua coleção de figurinhas da Copa. Na verdade, só faltava uma figurinha- a do lateral esquerda Everaldo (que jogava no Grêmio).
O fusca azul com Daniel, Bia e Mauro chegou ao Bom Retiro, um bairro paulistano predominantemente judeu, mas com forte presença de italianos (como o estudante Ítalo, revolucionário), além de espanhóis, gregos(como a bela atendente da lanchonete Irene), árabes, japoneses, nordestinos e negros (como o motoqueiro namorado de Irene).
Foi na frente do prédio de apartamentos no Bom Retiro, onde mora Mótel, o avô paterno de Mauro, que Bia e Daniel despediram-se do filho, dizendo somente que “a gente não tá indo porque a gente quer” , “ a gente vai voltar na Copa” e “a gente está saindo de férias”.
Mauro, com uma bola debaixo de um braço, uma mala na outra e um bilhete com o endereço do avô no bolso, subiu as escadas e chegou ao apartamento do avô. Acabou descobrindo que Mótel faleceu poucos minutos antes na barbearia em que trabalhava. Mauro acabou sendo “adotado” pelo vizinho do avô, Schlomo, um judeu polonês solitário que chamava Mauro de Moishele, porque apareceu do nada, igual ao Moisés trazido pelas águas do Nilo, dentro de um cesto.
Enquanto aguardava um telefonema dos pais, Mauro precisava lidar com sua nova realidade, e aos poucos aprender, entre outras coisas, que “comer fatias de peixe de manhã faz bem pra cabeça” , “tomar banho gelado evita a pegar resfriado” e que fritar um ovo pode ser mais difícil do que parece.
No prédio, Mauro fez amizade com a garota Hannah, filha da costureira do bairro. A menina jogava futebol e negociava com os meninos vagas para assistir as freguesas da sua mãe experimentando roupas nos provadores da loja.
A Copa do Mundo começou e a atenção de Mauro se dividiu entre a expectativa pela volta dos pais e as partidas de futebol.

Curiosidades: Na Copa do Mundo do México de 1970, o Brasil jogou 6 vezes e ganhou todos os jogos: 4x1 Tchecoslováquia, 1x0 Inglaterra, 3x2 Romênia, 4x2 Peru, 3x1 Uruguai e 4x1 Itália (21/06/1970).

EU SOU TERRÍVEL
Roberto e Erasmo Carlos
Tema do filme O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias

Eu sou terrível e é bom parar
De desse jeito me provocar
Você não sabe de onde venho
O que eu sou, nem o que tenho
Eu sou terrível, vou lhe dizer
Que ponho mesmo pra derreter
Estou com a razão no que digo
Não tenho medo nem do perigo
Minha caranga é máquina quente
Eu sou terrível e é bom parar
Porque agora vou decolar
Não é preciso nem avião
Eu vôo mesmo aqui no chão
Eu sou terrível, vou lhe contar
Não vai ser mole me acompanhar
Garota que andar do meu lado
Vai ver que eu ando mesmo apressado
Minha caranga é máquina quente
Eu sou terrível...

Bastidores:
-A rua Lusitânia, no centro de Campinas, foi escolhida para ambientar algumas das principais cenas externas do filme, por possuir características que lembravam o bairro do Bom Retiro em 1970: a pavimentação de paralelepípedos, a arquitetura típica e os sobrados em volta.

-O garoto Michel Joelsas, de 11 anos, foi escolhido pelo diretor Cao Hamburger após testes feitos em colégios judaicos com cerca de 1000 crianças do Brasil inteiro. Ele estuda na escola israelita Peretz, na Vila Mariana (zona sul de São Paulo).

-Cao Hamburger é filho dos físicos Ernst e Amélia Hamburger. É o criador, junto com Flávio de Souza, da série de TV Castelo Rá-Tim-Bum.

Agradecemos seus votos...

Essa enquete foi publicada simultaneamente no Shintocine e no Prestreia

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